O Futebol de Areia é a pratica do futebol tradicional, só que na areia da praia. Diferente do Beach Soccer, o futebol de areia, tem as mesmas regras do tradicional futebol de campo, com 11 jogadores em cada equipe, O esporte teve inicio há décadas atrás, nas praias da zona sul do Rio de Janeiro, mais especificamente em Copacabana, quando grupos de amigos começaram a se organizar em times, dividindo-se de acordo com a geografia do bairro. Equipes como o Lá Vai Bola, Juventus, Radar, Copaleme e Ouro Preto foram algumas das primeiras a ganhar fama e títulos. A elas foram se somando outras, como Colorado, Areia, Copacabana, entre outros. Depois de tantos anos de invenção, o futebol de areia continua sendo praticado não só no Rio de Janeiro, mas como em cidades com Niterói e Cabo Frio, e também em outros estados do Brasil.
Apesar de ser um esporte onde a maioria dos atletas não seja profissionais e não vivam do esporte, a maioria se prepara física e tecnicamente para as competições, que são muito disputadas. E com tantos jogos e disputas, são muito comuns a lesões relacionadas ao Futebol de Areia.
As principais lesões decorrentes a pratica do futebol de areia são as seguintes: lesões por trauma direto (pancadas), entorses e fratura de dedos do pé, tendinopatias do tendão patelar e tendão calcâneo, entorses de tornozelo, entorses de joelho, lombalgia, pubalgia e as mais comuns, que são as lesões musculares.
As lesões musculares são comuns nos esportes, com sua freqüência variando 10-55% de todas as lesões. Mais de 90% delas relacionadas com são contusões ou distensões musculares.
A contusão muscular ocorre quando um músculo é submetido à uma força súbita de compressão como um golpe direto na coxa ou panturrilha por exemplo.
A contratura muscular ocorre quando o atleta por conta de uma sobrecarga de trabalho ou desequilíbrio muscular sofre uma resposta involuntária de contração do músculo e recolhimento de suas fibras, gerando dor a palpação, ao alongamento e ao movimento ativo.
Os estiramentos musculares acontecem geralmente sem nenhum trauma direto, ou seja, o atleta se lesione sozinho ao realizar algum movimento específico, como um arranque ou frenagem em uma corrida, movimento de chute, salto ou quando alonga o músculo além do seu comprimento fisiológico. O estiramento muscular pode ser dividido em 3 graus:
Grau I – é o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares (lesão < 5% do músculo). A dor é localizada em um ponto específico, surge durante a contração muscular contra-resistência e pode ser ausente no repouso. O edema pode estar presente, mas, geralmente, não é notado no exame físico. Ocorrem danos estruturais mínimos, a hemorragia é pequena, a resolução é rápida e a limitação funcional é leve. Apresenta bom prognóstico e a restauração das fibras é relativamente rápida.
Grau II – O número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores (lesão > 5% e < 50% do músculo). São encontrados os mesmos achados da lesão de primeiro grau, porém, com maior intensidade. Acompanha-se de: dor, moderada hemorragia, processo inflamatório local mais exuberante e diminuição maior da função. A resolução é mais lenta.
Grau III – Esta lesão geralmente ocorre desencadeando uma ruptura completa do músculo ou de grande parte dele (lesão > 50% do músculo), resultando em uma importante perda da função com a presença de um defeito palpável. A dor pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contração muscular passiva. O edema e a hemorragia são grandes. Dependendo da localização do músculo lesionado em relação à pele adjacente, o edema, a equimose e o hematoma podem ser visíveis, localizando-se geralmente em uma posição distal à lesão devido à força da gravidade que desloca o volume de sangue produzido em decorrência da lesão. O defeito muscular pode ser palpável e visível.
FATORES DE RISCO
Tais fatores são: as deficiências de flexibilidade, os desequilíbrios de força entre músculos de ações opostas (agonistas e antagonistas), as lesões musculares pregressas (reabilitação incompleta), os distúrbios nutricionais, os distúrbios hormonais, as alterações anatômicas e biomecânicas, as infecções e os fatores relacionados ao treinamento (o aquecimento inadequado, a incoordenação de movimentos, a técnica incorreta, a sobrecarga e a fadiga muscular).
TRATAMENTO
Os princípios do tratamento das lesões musculares na fase aguda seguem o método PRICE , que consiste na proteção da área lesionada, repouso, gelo, compressão local e elevação do membro acometido.
Após a fase aguda (24 horas), o ideal é o atleta procurar um medico e fisioterapeuta especializado na reabilitação esportiva.
De acordo com a avaliação fisioterapeutica, será feito o diagnóstico cinético-funcional em cima disso será montada a conduta fisioterapêutica e será dado o prognóstico de tempo de retorno do atleta as atividades.
O fortalecimento muscular deve ser iniciado tão logo o paciente apresente melhora da dor com leve resistência. Os exercícios devem ser iniciados com baixa intensidade, aumentando-se a intensidade conforme a tolerância do indivíduo.
Os exercícios excêntricos são fundamentais na recuperação da lesão e no retorno gradual aos movimentos específicos do esporte, devido a algumas vantagens biomecânicas, tais como o significativo ganho de força através de um menor recrutamento das unidades motoras quando comparados aos exercícios concêntricos.
Os critérios para o retorno ao esporte são: a flexibilidade semelhante ao membro contralateral, amplitude de movimento normal, ausência de dor e critérios de força muscular semelhantes aos valores prévios à lesão ou ao membro contralateral (acima de 80%). O tratamento, assim como na pré-temporada, com o objetivo de prevenção de novas lesões.
RETORNO AO ESPORTE
O retorno ao esporte após uma lesão muscular deve sempre ser individualizado e, levando-se em conta que o tecido cicatriza através da formação de cicatriz fibrosa entre os cotos do músculo, o foco princincipal da equipe reabilitadora é a da prevenção da recorrência da lesão, pois, muitas vezes, o indivíduo encontra-se completamente livre da dor e APARENTEMENTE está apto ao esporte e, em um movimento “banal”, ocorre a relesão. Portanto, quanto maior for o grau de sua lesão muscular, maior será o tempo de seu retorno ao esporte.
PREVENÇÃO
A prevenção da lesão envolve principalmente o aquecimento muscular, pois:
- melhora a velocidade e força de contração muscular.
- diminui a viscosidade.
- aumenta a temperatura no músculo.
- aumenta a velocidade de transmissão nervosa.
O alongamento é controverso, pois, segundo alguns autores causaria:
- Diminuição de força e velocidade de contração(?)
- Diminuição da sensibilidade do fuso(?)
Outros fatores consagrados incluem:
- Hidratação adequada
- Fortalecimento muscular
- reequilíbrio cinético funcional
- reequilíbrio proprioceptivo.
Neto Mendonça e Marcos Gonçalves
Especialistas em Traumato Ortopedia Funcional e Desportiva
Sócios Proprietários da Fisio R3 – Fisioterapia e Reabilitação.
Contato: fisior3fisioterapia@gmail.com
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